Clima de tranquilidade até melhora as notas. Educadores e alunos de 240 escolas públicas estão sendo treinados para ser mediadores.

Mediação de conflito muda rotina de violência em escolas públicas em MG
Clima de tranquilidade até melhora as notas. Educadores e alunos de 240 escolas públicas estão sendo treinados para ser mediadores.

Em Minas Gerais, um projeto de mediação de conflito está mudando a rotina de violência em escolas públicas.

Em uma companhia policial para menores infratores, em Belo Horizonte, chegam todos os dias muitos casos de alunos que saíram direto das escolas, nos carros da polícia, porque ameaçaram professores ou deram socos em colegas.

Patrícia Donellas, diretora de uma escola municipal diz que é preciso agir com intuição para saber que atitude tomar: “Se um aluno traz um armamento para escola, isso não é resolvido com diálogo. Se um aluno está portando drogas, isso também não é resolvido com diálogo. A gente não quer que o aluno saia da escola ou caia num caminho de marginalidade. Pelo contrário, a gente quer que ele perceba que tem regra, que tem possibilidade de diálogo e que ele passe a usar isto ao invés da violência”.

Um projeto desenvolvido pelas secretarias de Educação de Minas, Ministério Público, Tribunal de Justiça e UFMG quer transformar os conflitos em oportunidades de mudança para os jovens, e resolver tudo dentro da própria escola.

“O encarceramento só transforma aquela pessoa numa pessoa pior. Quando você é criança, adolescente, você está em formação de caráter, de personalidade, é o acolhimento da pessoa é que vai transformá-lo. Não é a punição, o castigo, a raiva, a vingança”, diz Valéria Rodrigues, juíza da Vara da Infância e Juventude de Belo Horizonte.

Educadores voluntários e até alunos de 240 escolas públicas estão sendo treinados para ser mediadores.

Há três anos, uma escola municipal de Belo Horizonte tinha muitos casos de violência entre os alunos, até armas foram encontradas na mochila de meninos. A direção decidiu criar uma comissão de mediação dos conflitos. As brigas diminuíram muito e as notas aumentaram.

A diretora Josina Martins da Silva conta que o clima de tranquilidade na escola fez aumentar a atenção dos alunos nas salas: “Se estes conflitos são resolvidos, existe impacto no aprendizado. A grande maioria das brigas a gente resolve com conversa dentro da escola”.

Como em uma mesa de mediação. As três adolescentes dizem que andam se estranhando por causa de fofocas. Os mediadores se reuniram com elas e vão conversar durante alguns dias até encontrarem uma solução para o conflito.

Duas meninas chegaram a brigar na porta da escola. O caso foi para a mediação e o problema, resolvido.

“A conversa alivia a gente, para a gente não caçar briga, apenas conversar”.

“Depois dessa confusão, o mediador chamou a gente. Sentou comigo, com a diretora, com a menina que eu sempre brigava, fez a mediação. Pôs todos os pingos nos is. Depois desse dia finalizou tudo. Hoje, nós somos colegas”.

 

Fonte: G1 Globo

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